terça-feira, 1 de março de 2016

Psicomotricidade: o corpo em movimento para o desenvolvimento infantil

Atividades de psicomotricidade no Espaço Crescer.
O movimento é uma importante dimensão do desenvolvimento e da cultura humana.
Na vida intra-uterina o feto já se movimenta, mas na vida extra-uterina as crianças começam a movimentar-se, adquirindo aos poucos maior controle sobre seu próprio corpo, se apropriando cada vez mais das possibilidades de interação com o mundo.

Ao se movimentarem, as crianças expressam sentimentos, emoções e pensamentos, aumentando o uso significativo de gestos e posturas corporais. Ao engatinhar, caminhar, correr, pular, brincar etc, elas experimentam novas maneiras de usar seu corpo e seu movimento. O movimento humano, portanto, é mais que simples deslocamento no espaço, constitui-se em uma linguagem que permite as crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo.
 
As maneiras de andar, correr, saltar, resultam das interações sociais, são movimentos construídos em função das necessidades, interesses e possibilidades corporais humanas, presentes nas diferentes culturas em diversas épocas da história. Esses movimentos incorporam-se aos comportamentos, constituindo-se assim numa cultura corporal de movimento. Dessa forma, diferentes manifestações dessa linguagem foram surgindo (dança, jogo, brincadeiras, etc), nas quais se faz uso de vários gestos, posturas e expressões corporais com intencionalidade crescente.

A brincadeira é uma necessidade para a criança, que favorece a passagem do período sensório-motor ao lógico concreto. Por meio da brincadeira a criança começa de forma gradativa a operar mentalmente, formando categorias conceituais e relações lógicas, a partir dos símbolos e representações individuais.
Para que as crianças possam exercer sua capacidade de brincar é imprescindível que haja espaços seguros e diversidade nas experiências, principalmente na educação infantil. Neste sentido, é importante que o poder público favoreça espaços, onde as crianças sintam-se acolhidas e seguras, tendo coragem de se arriscar e vencer os obstáculos. Quanto mais rico e desafiador for o ambiente, mais possibilitará a ampliação do autoconhecimento e autoestima.

No ato de brincar, a criança vai estabelecendo diferentes vínculos, necessários ao equilíbrio psicossomático.
Nas brincadeiras, as crianças transformam os conhecimentos que já possuíam em conceitos gerais com os quais brinca. Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes. No ato de brincar, a criança vai estabelecendo diferentes vínculos, necessários ao equilíbrio psicossomático.

As práticas culturais predominantes e as possibilidades de exploração oferecidas pelo meio no qual a criança vive, permitem que ela desenvolva capacidades e construa repertórios compostos de brincadeiras, que favorecem oportunidades para o desenvolvimento de habilidades motoras.

Ao executar as mais diferentes brincadeiras, a criança vai conhecendo seu corpo e dos demais, progressivamente vai formando sua imagem corporal, e, portanto, seu esquema corporal. Integrando o esquema com a imagem corporal, ela torna-se mais equilibrada em termos psicossomáticos. Pela brincadeira a criança satisfaz suas necessidades presentes à medida que aparecem e vive seu corpo no modo simbólico em relação com o mundo e com os outros.

Por isso, a criança deve ser compreendida como um ser dinâmico, que possui potencialidades e limitações. Suas múltiplas habilidades motoras são utilizadas para expansão de sua imensa energia e a brincadeira é o meio natural de desenvolvimento, comunicação e aprendizagem. Assim, a Educação Física Infantil baseada na prática psicomotora significativa, tendo por base a brincadeira, favorece a cooperação e torna a vida das crianças mais significativa, através da expressividade, da criatividade e do pensamento operativo.

Fonte: Site da Federação Internacional de Educação Física (FIEP)